sexta-feira, 18 de setembro de 2009

De punhos fechados

(Tamy Fernandes)

Sala de aula, carteiras enfileiradas frente ao quadro negro, várias vozes vindas de jovens uniformizados preenchem o ambiente, um dedo apontado para uma cabeça pousada sobre a carteira indica como uma seta o alvo a ser atingido. Um cenário perfeito para o bullying atuar. Pena não se tratar apenas de uma peça teatral, onde vilões e vítimas, acabam de mãos dadas agradecendo os aplausos da platéia ao final.
Bullying é um termo inglês utilizado para descrever atos de violência, física ou psicológica, praticados por um ou mais indivíduos, com o objetivo de agredir ou ridicularizar outro indivíduo mais fragilizado dentro de um ambiente escolar.
Além das consequências para a vítima que sofre desse mal, o que mais preocupa são as dimensões que essa prática vem tomando. Estudantes com menos de dez anos de idade, já se reúnem em grandes ou pequenos grupos, para agredir ou gozar de um outro colega incapaz de se defender. A garota de óculos, caminha sempre cabisbaixa com os olhos voltados para os próprios pés, o garoto gordinho, é visto sempre agasalhado em um suéter grosso, o rapaz tímido num canto do pátio, o baixinho, o fraquinho, o mais alto, o mais magro, este ou aquele são apontados negativamente como portadores de qualquer característica, seja ela física ou não, que os levem a ser intimidados e excluídos do meio social em que vivem.
Podemos notar ações semelhantes num ambiente de trabalho, - o chamado mobbing -, onde a vítima sofre desde assédios até humilhações vindas de colegas ou chefes, ambos com o intuito de rebaixar ou até mesmo eliminar este indivíduo de possíveis concorrências ou ocupações de cargos mais altos.
A solução para estes problemas é mais complexa do que se imagina. Antes de se estabelecerem métodos anti-agressões, é necessário que haja o conhecimento, por parte de pais e professores, sobre seus próprios filhos e alunos, possibilitando assim, uma identificação adiantada de qualquer possível surgimento de um receptor ou praticante de bullying. A cooperação dos alunos também é fundamental no combate á prática dessas ações.
E o mais importante: manter um diálogo aberto e debates sobre o tema em escolas, trabalho e casa.
A solução de fato, não está na cura, mas sim na famosa e eficiente prevenção.

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